O Berzo e a Normalizaçom Lingüística, por Igor Lugris.
O Berzo e a Normalizaçom Lingüística,
por Igor Lugris.
Nas últimas semanas, mesmo meses, tem havido diversas notícias relacionadas com a defesa, promoçom e reivindicaçom da língua e cultura galegas do Berzo. Ao fio dessas novas, alguns meios de comunicaçom e alguns políticos de Castela e Leom tenhem empregado um argumento falso para criticar as posiçons que por parte de diversos sectores da Comunidade Autónoma Galega se tenhem apresentado para defender umha maior protecçom do galego do Berzo. Ao falar destes temas, tenhem querido dar a entender que som exclusivamente as organizaçons "nacionalistas" galegas, nomeadamente o BNG, as únicas interesadas neste tema, ajustando assim as suas palavras a um preconceito nom menos falso: aquele que quer fazer-nos crer que existe um suposto "imperialismo galeguista" atrás deste tema. Mentem, ou falam a partir da ignoráncia, e sendo as duas possibilidades perigosas, nom se sabe qual é pior.
Pretendem algumhas vozes negar as evidências, e negar por exemplo que já no "Acordo de cooperaçom entre a Conselharia de Educaçom e Ordenaçom Universitária da Junta da Galiza e a Consejería de Educación y Cultura da Junta de Castela e Leom para a promoçom do idioma galego nos territórios limítrofes das comunidades autónomas", assinado a 18 de Julho de 2001, em Vila Franca do Berzo, o entom Conselheiro de Educaçom e Ordenaçom Universitária da Junta, Celso Currás Fernández, e o "Consejero de Educación y Cultura de la Junta de Castilla y León", Tomás Villanueva Rodríguez (ambos os dous do Partido Popular, ambas as duas instituiçons governadas na altura polo PP) reconheciam, que, ponto III, "o idioma galego, além de no território administrativo da CAG, fala-se, entre outros territórios, nas zonas das províncias de Leom e Samora pertencentes à Comunidade de Castela e Leom", e que, ponto IV e V, ambas as instituiçons estám obrigadas, polos seus respetivos estatutos e outras Leis, a defenderem a língua galega falada nestes territórios, destancando-se especialmente o artigo 4 do Estatuto de Autonomia de Castela e Leom, que especifica que "gozarám de respeito e protecçom a língua galega e as modalidades lingüísticas nos lugares em que habitualmente se empreguem".
Nom é a minha intençom louvar o trabalho feito polo PP, o PSOE e o BNG no Parlamento autonómico galego ou noutras instituiçons, mas esses meios de comunicaçom, esses politícos, esses colunistas e criadores de opiniom que rapidamente se escandalizam quando se fala deste tema, deveriam saber que o Parlamento Autónomico, aprovou a 22 de Setembro de 2004, e por unanimidade, um Plano Geral de Normalizaçom da Língua Galega, que, entre todas as suas alíneas, recolhe umha especialmente dedicada às relaçons com os outros territórios de língua galega. É nesta alínea que se recolhe um grupo de propostas referidas às comarcas situadas actualmente além dos limites autonómicas mas de fala galega, isto é: o Návia-Eu, nas Astúrias, o Berzo e as Portelas, em Castela e Leom, e, ainda, o Val de Elhas na Estremadura. Entre os objectivos que se marca dito plano figura "garantir a formaçom em língua galega nos centros de ensino das comunidades de fala galega de fora da Galiza", assim como "criar espaços em que os habitantes de territórios galegófonos podam usar a sua língua em qualquer tipo de relaçom", prestando "a ajuda que estas comunidades demandarem para o melhor conhecimento, conservaçom e progresso da língua que nos é comum".
Entre os objectivos específicos a conseguir, figuram reivindicaçons que as organizaçons galeguistas destes territórios levam fazendo desde há anos, como pode ser a de "aumentar a presença de informaçons sobre estas zonas na RTVG, criando mesmo, de ser possível, programas territoriais próprios", e iniciar conversas com as autoridades destas autonomias para levar adiante medidas tam urgentes e necessárias como, por exemplo, "recuperar as formas próprias na toponímia dos territórios de fala galega, oferecendo colaboraçom institucional", "implantar o ensino de língua galega, integrado no currículo académico em todos os centros de ensino públicos do sistema nom universitário", ou o apoio às organizaçons "que se esforçam na promoçom do galego nestas zonas".
Especialmente no tema do ensino, este Plano Geral de Normalizaçom Lingüística, recolhe a evidência de que actualmente existe umha "impossibilidade prática" para nestas zonas "adquirirem umha formaçom competitiva em língua galega", e marca a si próprio como objectivo "lograr umha presença do galego no sistema escolar nom universitário que se aproxime da existente na Galiza".
Fica claro entom que, para além de que algumhas forças políticas, ou colectivos sociais de diverso tipo, ponham mais em destaque este tema, o certo é que as três forças políticas com representaçom no Parlamento autónomico galego, o Partido Popular, o Partido Socialista Operário Espanhol e o Bloco Nacionalista Galego, aprovárom um Plano que prevê as medidas que muitas pessoas estám a reclamar, estamos a reclamar no Berzo, e que ainda escandalizam algumhas pessoas e, sobretodo, algum "responsável" político, que preferiria nom ter que atender a situaçom que vivemos nestes territórios, e que por isso emprega a técnica do avestruz: agachar a cabeça e assim pensar que desapareceu o problema. Mas nom é negando a sua existência que os problemas se resolvem.
OVNIS E ISOGLOSSAS
in: http://ovniseisoglossas.agal-gz.org
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